23 outubro, 2011

Não existe honra em machucar civis #OWS

Do canal de Bklyn's Jannah Handy 
          
Tradução de Sergio Pecci
Edição de Denise Queiroz
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Cenas inusitadas chegam do movimento #OccupyWallStreet. 
O mariner e veterano de guerra, sargento Shamar Thomas, ao ver um policial batendo no rosto de uma manifestante, no Times Square, coração de Nova Iorque, perguntou  aos policiais por que eles estavam fazendo aquilo. Em poucos minutos, cerca de 30 policiais  o cercam, mas o sargento não se intimida. Pelo contrário, continua com as perguntas que, pelas expressões dos outros uniformizados, incomodam.
As palavras, passam a ser gritos à medida em que mais e mais policiais o cercam. 
Entre as várias frases, que certamente tiraram o sono daqueles policiais, destacam-se: 
"Se vocês querem lutar, vão para o Afeganistão"
"Isto não é uma zona de guerra !"
"Não existe honra em ameaçar pessoas que não estão armadas". 
"Aqui não existem armas, porque vocês estão fazendo isso? Isso não os faz fortes". 
"Eles são tão cidadãos quanto vocês". 
"Não faz nenhum sentido humilhar pessoas desarmadas".
"Como vocês dormem à noite?"
E várias vezes repetiu: "Isto não é zona de guerra, não há honra em fazer isto!"
             
Thomas ainda contou que é cidadão novayorquino, que seus pais, como ele, serviram às forças armadas no Iraque e Afeganistão, e disse que não iria aceitar que cidadãos pacíficos fossem reprimidos violentamente, "eu não vou deixar que isso aconteça" , mas lembrou aos policiais que ele não tem que cuidar daquelas pessoas, "pois não é uma zona de guerra". 





Depois, em entrevista a um canal de TV, o sargento Shamar Thomas lembrou a situação dos veteranos, que quando voltam das missões no exterior, chegam ao país e não têm garantia de emprego. Contou que usar o uniforme no dia em que foi flagrado na discussão no Times Square, foi proposital, para chamar a atenção dos outros veteranos e de seus direitos como cidadãos. 

          
Sobre a reação diante da violência policial contra os manifestantes, ele lembrou que em 2004, no Iraque, depois dos bombardeios, os soldados agiam com humildade diante da população. Ver um policial batendo no rosto de uma mulher desarmada, cidadã e em solo americano, o revoltou, porque tendo participado de 50 missões de combate teve certeza que a manifestação não era uma batalha: "Eu estive numa batalha, não havia batalha ali" e se sentiu no dever de apoiar o movimento, pois considera que é o momento dessa geração mudar coisas nos Estados Unidos, como o consumismo, a ganância e a ambição.
Ele lembrou ainda que sempre respeitou a lei, que não é ligado a movimentos políticos e não quer enfrentamentos, uma vez que eles são treinados para não falarem mal do governo, mas salientou que a situação dos ex-combatentes também deve ser considerada pelas autoridades e por isso é favorável ao OccupyWallStreet. 

Veja a entrevista:




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